Mercúrio nos alimentos de acordo com a regulação européia

sábado, 12 de janeiro de 2013




O órgão europeu responsável pela segurança de alimentos, o EFSA-European Food Safety Authority, estabeleceu níveis toleráveis (consumo semanal) de mercúrio encontrado nos alimentos. A intenção é proteger o consumidor dos efeitos adversos provocados pela ingestão do metal em suas diferentes formas: metilmercúrio e mercúrio inorgânico.A forma predominante é o metilmercúrio, encontrado nos peixes e frutos do mar. É particularmente tóxico para o desenvolvimento do sistema nervoso, incluindo a toxicidade cerebral.Para aqueles que consomem peixe frequentemente, a probabilidade de exceder o nível semanal estabelecido é bastante aumentada. O alerta deve ser feito sobremaneira para mulheres grávidas (afeta o desenvolvimento cerebral do feto). O mercúrio inorgânico é menos tóxico e também pode ser encontrado em peixes e frutos do mar assim como em refeições prontas para consumo. A exposição e esta forma de mercúrio não é propensa a exceder  o nível semanal estabelecido para grande parte dos consumidores, a menos que esteja combinada com outras fontes presentes nas refeições feitas durante a semana.



O painel científico da EFSA, considerou  as formas de mercúrio avaliadas em sua toxicidade, analisando-se o estabelecido em 2003 e 2010 pelo comitê da FAO/WHO-Expert Committee on Food Additives.  As "TWIs" (ingesta semanal) vêm a ser: 4 microgramas/Kg  de peso  para o mercúrio inorgânico e para o metilmercúrio 1.3 microgramas/Kg de peso corporal (menor do que o estabelecido pelo JECFA´s, de 1.6 microgramas/Kg). Tal modificação deu-se pelas novas informações científicas  demonstrando efeitos benéficos - prováveis "camufladores"- ao organismo provocado pelas longas cadeias de ácidos graxos ômega 3 presentes na carne de peixes. Tais cadeias podem ter levado a uma subestimação do potencial efeito advesrso do metilmercúrio.

 A coleta de dados mais apurados sobre a exposição humana ao metilmercúrio, pela dieta, foi possibilitada pelas Informações mais precisas sobre o consumo de alimentos e seus níveis de mercúrio presentes. Carne de peixe, principalmente atum, bacalhau, badejo, espadarte e "pike" foram identificados como os maiores contribuintes à exposição ao metilmercúrio, na Europa, para todas as faixas etárias de consumidores, salvo o filé de pescada, que foi apenas relacionado com o consumo ifantil. As mulheres em idade fértil não se diferiram dos adultos analisados, mediante à exposição. Regra geral, a exposição alimentar pelo consumo alto e frequente de peixes apresentou em alguns casos, mais que duas vezes o valor do contaminante em comparação ao total da população.
As opiniões foram acertadas de acordo com os riscos da exposição ao mercúrio inorgânico e ao metilmercúrio pela dieta. Elas não abrangem os benefícios nutricionais ligados a determinados alimentos marítimos. De qualquer forma, o painel CONTAM, como foi chamado, adverte que  o potencial benéfico advindo do consumo de peixes deve ser levado em conta e que para tanto, é necessário uma administração dos riscos para que se consiga um redução da exposição. 




Nota dos editores:



  • O mercúrio é um metal liberado pelo meio ambiente, de fontes naturais, como resultado da atividade humana. O elemento mercúrio é encontrado nas formas: 1-mercúrio iônico (cátion) inorgânico (mercurous (Hg22+) and mercuric (Hg2+). 2- mercúrio orgânico metilmercúrio (MeHg) a forma mais comum de mercúrio orgânico na cadeia alimentar.
  • Tanto a ingesta diária tolerável quanto a ingesta semanal (TDI/TWI) são estimativas da quantidade média de contaminante químico que pode ser ingerida diariamente e semanalmente, ao longo da vida, sem que riscos significativos à saúde possam ocorrer. Como resultado da poluição ambiental, a exposição a tais contaminantes, embora não desejável, não pode ser evitada, assim como ocorre com o chumbo e dioxinas. 
  • Ômega 3 ou "n-3 ác. graxo polinsaturado de cadeia longa", tem um papel importante no crescimento e desenvolvimento do cérebro, na regulação da pressão sanguínea, na função renal, na coagulação e nas reações inflamatórias e imunológicas. O painel da EFSA sobre produtos dietéticos, nutrição e alergias (NDA Panel) recentemente avaliou a segurança desse ácido graxo.
  • Houve uma chamada anual para recolhimento de contaminantes químicos encontrados em alimentnos e rações, incluindo o mercúrio, emitida pela EFSA em Dezembro de 2010. Em resposta, a EFSA recebeu 59.820 resultados de testes da presença do mercúrio em alimetnos, vindos de 20 países europeus, realizados no período entre 2002 e 2011. Devido à falta de informações específicas sobre o metilmercúrio e mercúrio inorgânico nos dados recolhidos, a avaliação (exceto para o leite humano) foi baseada nos dados apresentados de mercúrio total.

Mais informações sobre esse assunto:
EFSA Journal 2012: http://www.efsa.europa.eu/en/efsajournal/pub/2985.htm


(Fonte: Scientific Opinion on the risk for public health related to the presence of mercury and methylmercury in food, EFSA, 2012.)

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