Papaína : o mercado brasileiro ainda não despertou!

segunda-feira, 14 de novembro de 2011
A papaína é uma enzima extraída do látex do mamoeiro (Carica papaya L.). Ela é uma enzima de forte poder proteolítico, com ação semelhante à  enzimas como pepsina e tripsina. É utilizada para os mais variados fins nas indústrias têxteis, farmacêuticas, de alimentos e de cosméticos.De acordo com Ruggiero (1988), o Brasil é um dos maiores produtores mundiais de mamão, sendo responsável por cerca de 20% da produção mundial, que até o momento é dirigida principalmente para a produção de frutos para o consumo in natura (www.todafruta.com.br). Seja por dificuldades com a produtividade da enzima, baixo investimento em novas tecnologias ou melhores preços obtidos com a exportação, o fato é que no mercado brasileiro, a produção de cápsulas de papaína para uso oral é incipiente e pouco explorada.

Esta enzima pode ser utilizada sob a forma de pó ou em forma de gel. A papaína provoca dissociação das moléculas de proteínas, resultando em desbridamento enzimático. Tem ação bactericida e bacteriostáticaestimula a força tênsil da cicatriz e acelera a cicatrização. É indicada no tratamento de úlceras abertas, infectadas e para o desbridamento de tecidos desvitalizados e/ou necróticos. Uso da papaína em feridas, clique aqui.

A papaína atua na reação catalítica em faixa de pH própria para a digestão humana, no intestino delgado, possui poder proteolítico maior que a bromelina (enzima do abacaxi), ação anti-inflamatória no tecido mucoso gástrico e intestinal, sendo que, ao final da reação, permanece inalterada, capaz de reagir novamente. Sua ação estimula a síntese de diversas proteínas favorecendo a produção enzimática e hormonal. A enzima do mamão papaya também está em estudo para ser utilizada na prevenção da rejeição de próteses de silicone, uma vez que a mesma diminui a formação fibrosa ao redor dos implantes (Rev.Bras.Cir.Plást. 2008; 23( 4 ): 317- 2 1).
Nos EUA, pastilhas mastigáveis de sabor bastante agradável são oferecidas em lojas de suplementos e supermercados. O consumidor pode levá-las dentro de bolsas/pastas no lugar de balas que, na maioria das vezes, contém corantes alergênicos e edulcorantes nocivos como o aspartame. Produtos como estes e com tal qualidade faltam no mercado brasileiro. Um trabalho de divulgação na área médica, especialmente na gastroenterológica, de pastilhas produzidas com frutos brasileiros, seria uma aposta promissora: o paciente estaria mastigando de 2 a 3 vezes ao dia, uma pastilha que auxilia na digestão de proteínas, diminuindo o potencial alergênico das mesmas, conferindo propriedades cicatrizantes, anti-inflamatórias e bacteriostáticas à mucosa gastrointestinal e agregadas de sabor apreciável.
Quem apostaria no insucesso?




(Fonte: pesquisa de campo e citações diretas no texto, Novembro, 2011.)

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