Edulcorantes

domingo, 2 de janeiro de 2011

Conhecendo melhor para julgar a segurança.

Sacarina: primeiro adoçante a ser descoberto, por um químico alemão, Sr. Fahlberg que trabalhava como professor em Baltimore, EUA. Ao estudar com seu colega Ira Remsen a oxidação de certos derivados do coltar (sulfonamidas de tolueno) percebeu um gosto doce em seus dedos após sair do laboratório e fazer uma refeição. O composto foi publicado no American Chemical Journal  com potencial de doçura igual a cem vezes maior que o açúcar. Foi a descoberta que marcou a transferência de tecnologia Universidade-Mercado. Comercialmente, foi produzida primeiro na Alemanha e só em 1902 começou a ser produzida nos EUA, por um investidor (ex-agente de compras) que pertenceu a uma companhia farmacêutica: nasceu então a Monsanto®. Na época, o presidente Roosevelt convocou um "conselho arbitral de cientistas" para examinar a segurança do produto. A equipe considerou o produto seguro e sugeriu seu uso apenas aos diabéticos. Em 1977, um estudo canadense mostrou maior incidência de câncer de bexiga em ratos. O Canadá proibiu o uso da sacarina como aditivo alimentar, mas permitiu que continuasse sendo usado como adoçante de mesa. Outros estudos epidemiológicos mostraram um risco "pequeno" como carcinógeno. Em 2000, o presidente norte-americano Clinton sancionou um projeto de lei retirando advertências de uso sob o rótulo do produto.

Ciclamato de sódio: foi descoberto em 1937 por Sveda, um estudante de pós-graduação que pesquisava medicamentos antipiréticos. Da mesma forma que a sacarina, o pesquisador sentiu nos lábios um gosto doce, mas não foi comendo e sim ao fumar cigarro. Sveda solicitou uma patente que foi mais tarde alçada pelo laboratório Abbott®. Esse adoçante foi proibido pela FDA em 1969, mas em outros 55 países possui liberação. Portanto, conclui-se que diferentes países possuem diferentes conclusões sobre as mesmas evidências científicas. Com seu poder adoçante de apenas 30 vezes sobre o açúcar, ele obteve desvantagem frente a sacarina. Contudo, ao ser misturado com seu concorrente de mercado na proporção 10:1 ciclamato-sacarina, gerava um produto que não deixava sabor residual: "Sweet`N Low". A conquista do mercado foi certeira. Em 1966, cientistas descobriram que bactérias do intestino humano podiam converter ciclamato em cicloexilamina, substância com potencial tóxico.
Constataram que um consumo de 30 latas/dia contendo a mistura ciclamato-sacarina causava câncer de bexiga em ratos. Em 1969, uma cientista da FDA, Jaqueline Verrett declarou:
  _ "Essa mistura é mais perigosa que a talidomida".

Acesulfame de Potássio: descoberto em 1967, por Karl Claus, da Hoechst Chemical Company - Alemanha, quando - com a impressionante conhecidência perante as demais descobertas dos adoçantes veteranos de mercado - lambeu os dedos e conferiu sabor doce.
Após 20 anos de testes e pesquisas sobre a substância, ganhou sua aprovação como adoçante artificial. O composto é 200 vezes mais doce que o açúcar e diferentemente do aspartame, não perde a doçura quando aquecido. Cerca de 95% do acesulfame-K consumido é excretado inalterado na urina. Agências americanas e canadenses reviram, cuidadosamente, estudos de avaliação de segurança. A sugestão de consumo diária, de acordo com os cientistas, é de 10 a 15 mg por Kilo de peso. Atualmente, é mais usado pelo seu poder sinergístico: ao misturar-se com outros adoçantes, aumenta o poder edulcorante, além de prevenir sabor residual.


Aspartame: é o mais amplamente usado e também o mais controverso. Descoberto em 1965, por Jim Schlatter, da G.D. Searle Company, ao pesquisar sobre úlceras gástricas, interessado em descobrir um medicamento que inativasse o hormônio gastrina. Assim como as demais descobertas, o pesquisador lambeu os dedos. Ao passar algumas folhas de papel, sentiu um sabor doce muito pronunciado na boca! Assim, após alguns anos, proporcionou à companhia um lucro anual de um bilhão de dólares! O aspartame é metabolizado. Decompõe-se no trato digestivo em ácido aspártico, fenilalanina e metanol.Fornece cerca de 4 calorias/g e possui poder adoçante de 180 vezes sobre o açúcar. É uma substância que se degrada ao ser exposta à altas temperaturas. Produtos assados e cozidos não podem contê-lo. A dose recomendada é igual a 50 mg/Kg/dia. Não há dúvidas, com base em diversos estudos, que em altas doses, os três produtos fruto de sua decomposição são tóxicos, sendo que a fenilalanina concentrada, pode ser promotora de danos cerebrais. Um litro de bebida dietética adoçada com aspartame libera cerca de 56 mg de metanol. As enzimas do organismo, quando não há etanol para ser metabolizado, trabalham somente sobre o metanol e este é convertido em ácido fórmico, molécula tóxica.

(Fonte: SCHWARCZ, Joe. Uma maçã por dia, mitos e verdades sobre os alimentos que comemos. Rio de Janeiro, 2008.)
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Na próxima matéria, falaremos apenas da Sucralose.

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