Matéria - prima promissora: mel de cacau!

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

“MEL DE CACAU” É FONTE DE COMPOSTOS BIOATIVOS

Elias Nascimento
Danilo da Cruz Ramos
Jussimara Barros de Oliveira
Daniela Deitos Fries
Marcondes Viana da Silva

        O cultivo do cacau Theobroma cacao L. no Brasil remonta do século XVII, mas somente a partir de meados do século XVIII insta-lou-se a lavoura cacaueira no sul da Bahia.  A partir da década de 1980 surgiu a necessidade de diversificar a lavoura cacaueira, além de estimular o aproveitamento integral do fruto do cacau, agregando valor ao produto, mesmo que de forma artesanal, possibilitando assim, uma nova fonte de renda alternativa para os cacauicultores regionais.
O principal produto do cacau é o chocolate, sendo que durante o processamento de suas amêndoas é liberado naturalmente um líquido viscoso de sabor doce e levemente ácido, isento de fibras, denominado regionalmente de “mel de cacau”. Esse subproduto pode ser consumido in natura ou utilizado no preparo artesanal de néctar, geléia, licor, aguardente, vinagre e outros. Entretanto, o “mel de cacau” ainda é pouco explorado comercialmente, considerando a escassez de estudos para sua conservação após a coleta.
Ao final da década de 70, menos de 1% de toda a produção do mel era utilizado de modo artesanal ou em micro indústrias, e que 99% eram descartados (Ferreira, 1982), fato que pode ser justificado pela perecibilidade deste subproduto, associado à carência tecnológica para sua obtenção.
Considerando essa subutilização e a escassez de estudos na produção e conservação do “mel de cacau”, o Núcleo de Estudos em Ciências de Alimentos (NECAL) da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB Campus de Itapetinga está desenvolvendo um estudo sobre este subproduto oriundo da microrregião de Ilhéus- BA, com o objetivo de estabelecer a caracterização físico-química, bioquímica, microbiológica bem como sua estabilidade.  Alguns dos resultados obtidos do estudo foram apresentados no XXII Congresso Brasileiro de Ciência e Tecnologia de Alimentos - CBCTA, realizado no período de 7 a 10 de novembro de 2010 em Salvador-Bahia. Tais resultados evidenciam que o “mel de cacau” apresenta substâncias bioativas com potencial nutracêutico.


(Fonte: CBCTA - BA, 2010)

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